sexta-feira, 28 de novembro de 2008

'...metade de mim agora é assim...'

Uma metade de mim quer gritar, a outra canta. Uma metade de mim quer voltar,a outra luta e fica. A metade que grita é a mesma que foge.
Foge pra longe mas sempre com o pensamento por aqui.
Os pensamentos adquirem a forma de uma borboleta, que voa, voa pra longe mas não dura mais que 24 horas. A inconstância me persegue e a inconsequencia também, isso porque metade de mim ve as coisas de dentro para fora e a outra metade de fora para dentro.Os pensamentos fogem de mim, qualquer ruido me chama a atenção. A rua aqui do lado é movimentada e metade de mim é atenta aos ruidos que não estou acostumada e a outra metade se concentra em descrever os pensamentos, que são borboletas, que são fujonas, que são lindas, mas que não duram mais que 24 horas.As horas se espalham, uma metade nos ponteiros, a outra no tempo. O tempo...tempo...tempo...ri dos meus devaneios se o conto pelo relógio. Relógio, tic-tac, pilhas e novamente o tempo. Não tenho tempo para pensar nele...borboleta...24 horas.Metade de mim conta o tempo pelos ponteiros, a outra nem o ve passar. Enquanto penso, o tempo passa. Esfria o tempo e o tempo passa. Metade pensa, metade esfria e metade passa.Penso em amor e passa, metade da alegria e metade da tristeza. Contrapontos. A alegria do amor complementa a tristeza que o mesmo traz. A tristeza prevalece mas metade disso é alegria.As metades.Metade da vida somos inconsequentes sem causa e na outra também, porém, por vezes, casualmente conscientes.Metade de mim quer sair de mim mesma e ver o que se passa do lado de fora, a outra metade reluta e fica para desatar o nó.Metade está quieta e a outra fala até pelos cotovelos. Metade mente e a outra não. Metade chora e a outra sorri. Metade ama, e a outra também.

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